quarta-feira, outubro 15

Os empréstimos e a igualdade competitiva. Haja transparência.

Li hoje em o Record que o FC Porto possui cerca de 70 profissionais futebolistas. Não sei o número que os outros clubes, incluindo os seus mais directos adversários, têm.
Vem isto a propósito de uma questão que de há muito me assalta a mona, os empréstimos de jogadores por clubes grandes aos mais pequenos para, argumentam, ganharem rodagem e mostrarem suas aptidões. Creio em todo o caso que sustentar 70 futebolistas é um exagero, sem justificação visivel.

Sabendo-se que os planteis, normalmente, não têm mais que 25 jogadores, para quê então o número de jogadores profissionais chegar aos 70, sabendo-se também que os seus honorários não andam pelo ordenado mínimo nacional, ocorre-nos perguntar, como se justifica (economica e financeiramente) tanto investimento para utilização, pouco e/ou nada rentavel, noutros clubes?

Como acima refiro, não vejo justificação visivel. Admito o empréstimo de 1 ou 2 jogadores a duas ou três equipas da primeira liga e na mesma escala a outras ligas. Admito que com a Liga intercalar (reservas) os clubes participantes façam rodar 30 a 35 jogadores. Agora 70 ou lá próximo acho demasiado, mesmo obsceno, a não ser que... os muitos empréstimos tenham uma retribuição não visivel.

Já houve tempo em que os jogadores emprestados não podiam jogar contra o seu clube de origem. Acabou-se e bem com essa prática. Mas hoje continuam práticas esquisitas, como a que leva um clube a emprestar a outro 4 jogadores, sendo certo e sabido que não vão jogar todos contra o emprestador, nem que a valorização vai resultar em pleno? Claro que se trata de mero favor. No entanto diz-se não "há almoços grátis". Mas, no futebol, parece, que há empréstimos grátis. Se há quem acredite. Por aqui não, e... não passa apenas por negócios entre agentes dos jogadores e clubes contratantes. Há algo mais, que é preciso regulamentar e exigir transparência nos empréstimos. Estabelecer limites razoáveis. Zelar pela igualdade competitiva.

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